O preconceito do tratamento psicológico


Olá pessoas lindas, a muito tempo eu não escrevia. Grande parte de não escrever é a falta de tempo entre serviço-casa-pós.

Hoje resolvi escrever sobre um tema que muita gente tem preconceito e na sociedade de hoje muitos precisam: O preconceito de aceitar que necessita de uma ajuda ou um tratamento psicológico. Por favor, leiam ajuda ou tratamento como ir no psicólogo ou psiquiatra.

Muitas pessoas não aceitam que precisam de uma ajuda, que precisam de remédios, associam psicólogo com "gente louca", e a frase que mais se ouve sair da boca dessas pessoas é "Eu não sou louco para ir ao psicólogo ou psiquiatra!", pois bem, tenho novidades Robin! Sim você é louco, todos somos, todos temos um grau de psicose, todos temos um grau de autismo, todos temos um grau de loucura por assim dizendo. Além disse não é só gente louca que vai em psicólogo ou psiquiatra, muitas vezes pessoas que você nem imagina vai, para que? Para procurar ajuda, claro!

Essa ajuda é essencial, quando estamos nas mãos de um bom psicólogo podemos nos conhecer, entender nossos medos, nossos preconceitos, muitas vezes eles nos ajudam a nos descobrir, nos entender e em muitos casos a nos despirmos de nossas neuras. O que acreditem é libertador!

Um psiquiatra pode receitar remédios, e em muitos casos eles fazem uma análise para entender o que realmente você pode ter, se pode ser genético ou se pode ser por falta de algum químico no cérebro, muitas vezes distúrbios psiquiátricos podem ser por questões físicas(químicas) e não psicológicas.

Um exemplo claro é o meu, que hoje decidi expor: eu sempre tive um pensamento muito acelerado, uma falta de paciência muito grande, explosiva, falava o que não devia, machucava pessoas, além de ser agressiva em alguns casos. Costumava ouvir vozes, ver vultos, pessoas, em alguns momentos sentia que minha personalidade mudava e virava tudo do avesso, eu passava a ser uma pessoa fria, indiferente e até dissimulada.

Além disso eu tinha muita mágoa de minha mãe e de meu pai por coisas realizadas na minha infância e na minha adolescências, coisas que não vem comentar nesse post.

Destruí muitos relacionamentos, não somente namoros como amizades, por ser assim, aí você pode dizer "mas isso é bom, fica do seu lado somente quem gosta de você!". Depende, a que custo isso é bom? As pessoas ficam machucadas, com medo, sempre esperando quando será o seu próximo surto e sinceramente eu sei como é a sensação de esperar o próximo surto e não é bom!

Quando eu quase coloquei meu casamento por água a abaixo eu percebi que deveria procurar ajuda, não por meu marido, não por meus amigos, mas por mim. Afinal eu teria que conviver comigo para o resto da vida, e essa não era a pessoa que eu queria conviver, eu não queria conviver com alguém que sempre machucava as pessoas, e isso poderia ir desde psicologicamente quanto fisicamente.

Passei a ir a um psicólogo, pude entender muitas neuras, muitas coisas que aconteceram comigo, muitas mágoas eu consegui entender e assim perdoar aos meus pais e a mim mesma, pude entender que muitas coisas aconteceram e me deixaram forte.

Nesse período eu perdi minha fé em Deus totalmente, hoje posso dizer que sou muito mais racional após isso. Sim hoje me declaro Agnóstica Ateísta ou simplesmente AA (rsss). Somente depois que eu me entendi assim, eu pude entender que a culpa não é de nenhum demônio ou de nenhum deus, a culpa é de pessoas, e as pessoas também tem problemas, também machucam, e depende de mim levar isso para o resto de minha vida ou tentar entender que pessoas são pessoas e não dar tanta importância para isso.

Após me entender agnóstica ateísta entendi que todas as vozes, todos os vultos, todas as mudanças de personalidade não era nada como as religiões diziam, não eram espíritos tentando comunicação, não eram demônios tentando algo, não eram influências espirituais, eram simplesmente EU!

Eu! Após entender isso fui em busca de um psiquiatra, que analisando meu quadro familiar(todo o histórico de minha família) chegou ao diagnóstico de que eu sou bipolar com tendência ao maníaco, ou seja, eu não ficava no canto chorando, mas geralmente achava que poderia fazer tudo, tinha mil ideias ao mesmo tempo e não conseguia concluir nenhuma.

Hoje estou experimentando remédios e doses para achar o que melhor se adéqua à minha química cerebral, para assim então, poder tentar equilibrar as mudanças de humor, as vozes? sumiram! Os vultos? Sumiram! A mudança de humor repentina? As vezes continua! Eu senti algum efeito colateral? Sim! Somente tenho o pensamento mais lento, e mais lento para mim quer dizer: hoje tenho o pensamento em velocidade normal ao de todo o resto, e sinceramente o sono melhorou 200%. Hoje consigo dormir muito bem, não tenho mais as insônias que tinha antes.

Infelizmente a única coisa que acho chato é o fato de agora precisar de 8 horas ou mais de descanso para poder ficar bem, antes com 4 horas de sono (e as vezes sem hora nenhuma de sono) era o suficiente, se eu dormia mais era lucro.

Antes eu entrava em um estado de torpor, onde eu aparentemente dormia, mas continuava escutando tudo o que acontecia ao meu redor, ouvia conversar, passos, barulhos, enfim eu escutava tudo o que acontecia no ambiente, e hoje eu deito e durmo. E posso dizer, como é glorioso dormir! Como é gostoso dormir. Depois que eu dormir de verdade pela primeira vez, sem acordar no meio da noite, sem estar nesse estado de torpor, eu vi que a vida pode ser melhor (rsss).

Após ir ao psicólogo e ao psiquiatra posso dizer que melhorei muito, melhorei para mim, me sinto melhor comigo mesma, consigo me sentir mais focada nos meus objetivos, consigo dar atenção ao que é necessário e isso sinceramente, esse bem estar consigo, não tem preço.

Por isso digo: perca esse pré-conceito, se você se identificou com algo descrito aqui vá ao psicólogo ou ao psiquiatra, e veja que sua vida pode melhorar, faça por você, faça para você!

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