E eu não sei quem sou...

Eventualmente, em algum momento da vida todos passam por uma transformação e aceitação pessoal do que são, geralmente é na adolescência que essa fase acontece. Na adolescência as pessoas são livres para experimentar o que quiserem e se descobrir, nos dias de hoje muito mais livres do que nos tempos de nossos pais ou avós. Qualquer coisa que se faça nessa época da vida é válido, é auto descobrimento e depois pode-se dizer "ah eu era jovem e não sabia muito bem o que estava fazendo!". Para mim, particularmente é somente uma desculpa de alguém envergonhado por fazer algo que tem vergonha de assumir, mesmo que seja para assumir quem é e que já teve experiências para afirmar o que é. Mas e quando passamos por essa fase de descobertas sem saber muito bem quem somo pois descobrimos que somos diferentes dos outros e não sabemos se seremos aceitos pela sociedade?

Hoje o mundo é mais aberto, mas mesmo assim ainda existem lugares e pessoas que não aceitam o diferente como sendo comum. Ainda existe muito preconceito quanto ao fato de uma pessoa se declarar diferente de heterossexual.

Tive a oportunidade de conhecer muitas pessoas diferentes na minha vida, somente faltou conhecer um crossdressing, que para os não conhecedores não é relacionado à orientação sexual de uma pessoa, mas sim se deve ao fato de uma pessoa gostar de se vestir diferentemente do gênero dela, o mais comum são mulheres vestindo calças jeans, pois isso graças é uma ótima conquista, mas é muito diferente quando vemos homens de vestidos por aí. O preconceito já rola, sempre terá alguém para dizer "Hum esse aí é viado, gosta de usar as roupas da esposa!". Por esse preconceito vejo muitos homens torcendo o nariz quando veem um Kilt escocês, só pelo fato de ser uma saia, mas depois de experimentar a primeira vez em pleno verão brasileiro a grande maioria se pergunta "Por que não usei isso antes, é tão confortável e tem ventilação!".

O crossdressing é mais antigo do que imaginamos, Ed Wood sabiamente dirigiu um filme onde ele fazia o papel de um homem que tinha gosto por vestir roupas femininas, ora ele se vestia como homem, que é como a sociedade aceita e ora se vestia como mulher, mais ao longo do filme é tratado sobre o tema do transexual e do hermafrodita, como opinião particular, na época Ed Wood foi um grande pioneiro com o filme "Glen or Glenda" de 1953.

Sim 1953! Já existia alguém que via o mundo diferente, hoje vejo a história de algumas pessoas que tive a oportunidade de conhecer e me ensinaram muito, um travesti que se prostituía para ajudar em casa, um homossexual que foi calado pela igreja, uma bissexual assumida e muito feliz pois seu namorado à apoia, e alguém que está se descobrindo e descobrindo que na realidade seu gênero não condiz com o que sente ser!

Todos tem algo em comum, são diferentes do que a sociedade diz ser normal, ou melhor do que a religião diz ser normal, o homossexualismo existe desde sempre e existe inclusive entre os animais, não sei por que tratar tudo como tabu, pior é ser pedófilo, isso sim é distúrbio!

Orange is the New Black - seriado NetFlix.

Sophia Burset, uma transexual com problemas com o filho (e a personagem é realmente interpretada por uma transexual)

A todos  que me perguntam sobre o tema eu digo: "sempre incentivarei as pessoas a serem o que são e o que sintam ser", não acho que as pessoas devem se esconder por que papai ou mamãe não aceitaram, do que adianta fazer a alegria deles se você está infeliz e somente fará as pessoas de seu convívio infeliz? Papai e Mamãe acabaram te aceitando hora ou outra, eles irão acabar entendendo que você é feliz em ser assim pois se existe um Deus, então Deus te fez especial assim para ensinar a todos que os diferentes são comuns!

Sua felicidade não pode ser podada por que a igreja diz, por que papai diz, por que mamãe diz ou porque as pessoas poderão não te entender. A partir do momento em que você se entende e se aceita, você fica tão bem consigo, fica tão em paz, que as pessoas passam a te aceitar e a te deixar em paz. Não deixe de se descobrir, não deixe de se assumir e não deixe de ser feliz para fazer a felicidade alheia, pois se as pessoas não conseguem ser felizes com a sua felicidade então infelizmente elas não te amam o suficiente e se esse for o caso, então tenho uma novidade para você: VOCÊ NÃO PRECISA DO AMOR DELAS! Pois se for por amor, hora ou outra pai e mãe engolem o orgulho e te aceitam como você é e mais, brigam por você, batem no peito e dizem com orgulho que você é fruto deles.